Ainda mais impressionante ao vivo e a cores, algo para o qual ainda não existem palavras para descrever!
Vc pode até já ter rodado o mundo e viajado bastante, mas poucos lugares vão te impactar tanto nessa vida quanto a visão da planície de Bagan e seus milhares (sem exageros) de templos! Andando pela antiga capital do Primeiro Imperio Birmanês (ou do Reino de Pagã, como é conhecida em português) é possível ver o motivo de tamanho poder ao se deparar com uma imponência que resiste aos efeitos do tempo e à falta de cuidado das autoridades… Sem dúvid alguma, um dos lugares mais incríveis e inesquecíveis que já conhecemos nesse mundo! Estão prontos para ficarem maravilhados? Só vem!
Ficha Técnica de Bagan:
Quando fomos pra lá: Janeiro
Temperatura média na época: 29 a 32 graus durante o dia e de 25 a 27 graus à noite
Quantos dias passamos lá: 2 noites e 1,5 dias
O que você vai encontrar nesse post (se preferir, pode clicar nos assuntos pra ir mais rapidinho…rs):
Visto para Myanmar e moeda local
Chegada em Bagan
Acomodação em Bagan
Transporte em Bagan
Curiosidades e Cuidados
Nyaung U: a zona mochileira de Bagan
Zona Arqueológica de Bagan
Por do Sol em Bagan
Noite em Bagan
Ida pra Mandalay
Visto para Myanmar e moeda local
Atenção, atenção: é MANDATÓRIO pedir o visto antes de chegar a Myanmar (1 mês antes, pra garantir), pra daí ter em mãos uma “invitation letter” pra apresentar na chegada a um dos aeroportos… aí sim vc vai conseguir o “Visa On Arrival” (visto na chegada)! Vc precisa fazer upload de uma foto (tamanho 4,8cm x 3,8cm) tirada nos últimos 3 meses. Veja sempre as atualizações de exigências no site oficial do governo.
A taxa que vc vai pagar é de U$ 50 (confirme aqui). Nós recebemos em até 3 dias úteis depois de termos aplicado, e era válido pra entrar no país dentro dos próximos 90 dias (pra entrada única e estadia de 28 dias). O procedimento é simples, basta preencher os dados de data e local de entrada (aeroporto de chegada), hospedagem (recomendam os hotéis registrados, e vc precisa fazer upload da reserva), fazer o upload daquela foto colorida e pagar a taxa (aceita quase todos os cartões).
Daí vc imprime e leva com mais um foto original (daquele tamanho mesmo) pra receber o visto original lá na hora (q será algo parecido com esse carimbo aí embaixo):
Em relação à moeda deles, eles usam o Kyat (símbolo MMK), e ele vale em torno de 0,00048 dólares nesse momento… Ou seja, com 1 dólar você compra 2098 Kyats!
ATENÇÃO: eles só aceitam nota perfeita! De verdade! Nadica de nada na nota! E não aceitam nenhuma nota que comece a numeração com as letras “CB”.
ATENÇÃO 2: eles querem arredondar 2000 kyats = 1 dolar, por isso compensa trocar dindin pra ter um pouco de moeda deles na mão… Na hora de fazer o câmbio, fique esperta…há cotações diferentes: notas maiores valem mais (U$ 100 e 50), enquanto notas menores tem uma cotação pior!
DICA: de qualquer forma, notamos que a maioria dos locais turísticos prefere até receber em dólar, então compensa sempre ter trocados da moeda americana na bolsa…
OBS: Caixas eletrônicos (ATMs) não são tão frequentes, então se prepare pra ter dindin pra estadia toda (um pouco em dólar, um pouco em kyat)!
Pra entender em detalhes a nossa saga até Bagan, dê uma olhadinha no post de Yangon, onde explico sobre o busão que pegamos, como pegamos e como foi a viagem… Vale repetir que o busão faz paradas a cada 3 hrs em lugares bons pra usar o banheiro e pra comer! E não é lenda que o ar condicionado realmente bomba no busão: bomba muito!!! É de bater o queixo de tanto frio!
A chegada em Bagan é na Bagan Shwe Pyi High Way Bus Terminal (que fica aqui). Sim, é na “cidade” (ou província, município, vila) de “Nyaung U”, onde se concentram os hotéis, restaurantes e tudo mais que o viajante precisar.
Os táxis pro centro de Nyaung U têm preços tabelados, e não tem muita fonte de informação além disso pros turistas (ou margem pra negociar).
ATENÇÃO: Pagamos 5000 dinheirinhos NO TOTAL, mas na época eles tentavam engabelar os turistas dizendo que esse preço tabelado era POR PESSOA… Não caia nessa!
No caminho ele vai parar num guichê onde vc é cobrado uma taxa turística (ou taxa da zona arqueológica de Bagan) de 20 dólares ou 25000 kyats que te dá direito a circular por lá por 7 dias.
DICA: É mais barato pagar em dólar! 😉
Pegamos um hotel simples, mas bem arrumadinho no coração de Nyaung U, chamado Inn Wa Motel (fica aqui):
Nosso quarto era simples, espaçoso, limpinho, bem arrumado…tudo que precisávamos pra nos recuperarmos depois de nossas explorações por Bagan…
PONTO ALTO: Mas, se tem uma coisa que esse hotel simples superou nossas expectativas, essa coisa se chama café da manhã! Uau! Que delícia! Não bastasse ser no terraço do hotel, com uma vista agradável dos arredores, era super bem servido, à vontade, cheio de coisas maravilhosas e bem feitas!
PS: Hotéis em Bagan geralmente oferecem tickets de bus, day tours, traslados, etc…
Falou em transporte em Bagan, falou em bicicletas! Já notaram que essa é uma constante aqui pela Ásia, né? Nós estamos adorando e abusando dessa facilidade… Claro, vc tem a opção de alugar motinhos tb, ou mesmo uma bicicleta elétrica, só muda o preço. Nosso próprio hotel arrumou essas bikes aí da foto pra gente (1500 kyats por bike), mas eles tb tinham e-bikes (por 8000 kyats).
Uhuuuuu! Bagan, aí vamos nós! Seguuuuuura essa Maguzete em cima de uma bike!!! kkkkk
Algumas curiosidades sobre os costumes nesse país:
1) Tirar sapatos pra entrar nos templos: sempre, sempre, sempreeeee! Vc deve ficar descalço nos templos, com ombros e joelhos sempre cobertos!
2) Não tocar a cabeça de ninguém: é falta grave!
3) Nunca apontar a ponta dos pés pras estátuas dos Budas: por isso eles se sentam sobre as pernas, com os pés apontando pra trás qdo estão em frente às estátuas!
4) Alguns monges não falam com mulheres: portanto, não custa evitar…e o cumprimento é com as mãos juntas à frente do peito e um leve curvar do corpo! A maioria dos monges é composta de crianças e, invariavelmente, estão pedindo dinheiro… Ahn! Tem monges mulheres aqui!
Mais algumas peculiaridades:
1) Myanmar adota um fuso “quebrado” de +6h30 em relação ao Brasil
2) A semana deles tem 8 dias, já que a quarta-feira é considerada 2 dias (como assim, gente? kkkk): pela manhã é Bohdahu e pela tarde é Yahu…
3) O calendário birmanês e o budista: o calendário deles tem 12 meses de 28 dias (eles devem estar no ano 1390 agora…), mas o calendário budista tb é adotado aqui, e nesse eles estariam em 2148! Aparentemente, não há problemas com datas e reservas por conta disso…
4) Cuidado com cocôs de morcegos! What?: sim, tem mto cocô de morcegos pelo chão, principalmente perto dos templos…cuidado pra não pisar! rs
5) Chinlone: o esporte local: Parece um futvolei misturado com dança…rs
BÔNUS: Vcs viram nessas fotos que coloquei aqui que a aparência deles também chama a nossa atenção, né? Eles usam MUITO aquele tipo de argila nas bochechas o tempo todo…é um tipo de protetor solar/maquiagem deles… E, infelizmente, vc tb vai ver mta gente com os dentes assim avermelhados pelas ruas, principalmente homens… Trata-se de uma erva comum por lá que “alivia dores”, mas alguns locais nos explicaram que é um pouco alucinógeno e altamente viciante, o que faz com que a população mais pobre use muito para “distrai-los” da fome…
CUIDADO: Cobras!!! Siiiiim, vc não leu errado! Tem bastante cobras pelo complexo de Bagan, mas (graças a Deus) elas quase nunca são vistas nos caminhos mais usados por turistas…então já sabe: se mantenha neles! Qdo pegar algum caminho com mais folhagens no chão, a dica é andar batendo o pé forte pra avisá-las que vc tá passando (dica que meu irmão Doutor em Biologia me deu)…boa sorte! 😉
Nyaung U: a zona mochileira de Bagan
Como eu disse no início desse post, nós ficamos hospedados na região de Nyaung U, que tb é conhecida entre os viajantes como “zona mochileira de Bagan”! E isso não é demérito algum, é só pra dizer que vc encontra uma vasta oferta de hospedagens aqui e muuuuuita vida noturna!
Tem muitas ofertas de simpáticos bares e restaurantes pra vc escolher….difícil mesmo é só escolher o que vai comer:
Brincadeiras (e desespero) à parte, que bom que cerveja é cerveja em qualquer lugar do mundo…e é facinho pedir uma gelada! 😉
Hora de mostrar um pouquinho do que pudemos conhecer em nossas pedaladas aqui pela zona arqueológica de Bagan. Esse sítio OBRIGATÓRIO pra todo amante de viagens que se preze, fica localizado no coração do país, e tem mais de 4000 templos budistas de tijolo e estuque espalhados por uma enorme planície (já que os de madeira, infelizmente, não foram bem preservados)!
A sugestão é fz o passeio de manhã e no final do dia (nascer do sol e o pôr do sol são as melhores horas pra fotos), porque das 12:30 às 16 hrs é um calor de matar! Acreditem (isso pq fomos em janeiro, hein)!
DICA: A boa é sair andando por uma região e ir parando onde der vontade…vou destacar aqui alguns dos templos mais importantes pra vcs se basearem!
Shwezigon Pagoda:
Ainda na zona mochileira de Nyaung U, a pouco mais de 2km do nosso hotel, está essa pagoda considerada o “protótipo” de muitas pagodas do país! No seu lado leste é possível ver os “37 nats”, representando figuras de cada um dos espíritos animalescos sagrados pra eles!
Pela estrada toda vc consegue ver templos ou o que restou deles…. Sinceramente, é algo surreal! Tem muiiiiitttttooooosssss templos nesse lugar! E o melhor: o templos são mto perto uns dos outros!
As estradas variam muito, indo desde asfalto, até terra ou areia em alguns trechos…e se prepare pros vários trechos de subidas e descidas!
DICA: Banheiros são sempre cobrados (300 ou 200 kyats), e tem pouco! Somente perto de alguns templos com comércio um pouco maios na entrada
Htilominlo Pahto:
Outro templo principal, que fica a apenas 2,5km do Shwezigon (aquele primeiro que fomos). É um templo budista construído durante o reinado do rei Htilominlo, entre 1211–1231. O templo tem três andares, 46 metros de altura, e foi construído com tijolos vermelhos. Também é conhecido por suas elaboradas molduras de gesso.
É ótimo visita-lo depois das 19 hrs, qdo vc só deve encontrar alguns monges e nada de turistas por aqui!
Ananda Pahto (e, de brinde, Ananda Ok Kyaung):
Atração principal daqui, é um templo budista construído em 1105 durante o reinado do rei Kyanzittha do Reino de Pagã. É um dos quatro maiores templos daqui! Bem pertinho dele está a outra Ananda (onde fotos não são permitidas lá dentro), com murais coloridos mostrando os portugueses fazendo comércio aqui!
O que fazemos em seguida? Seguimos pedalando e desbravando novos e lindos templos…kkkkk
DICA: Sempre procure a área cheia de bikes de outros turistas pra deixar a sua (se possível, amarrada/travada, nem que seja uma na outra, caso vc esteja com mais gente).
Olha essa entrada (e eu não lembro o nome desse templo, socorrooooo):
Esse foi um dos diversos templos afetados pelos intensos terremotos que assolaram Bagan em 2016, então vc pode encontrar áreas isoladas assim por questão de segurança…
Mahazedi Pagoda: é uma estupa budista construída no século XIII. Esse templo continua sendo um dos poucos templos em Bagan que contém um conjunto completo de azulejos de terracota representando Jataka.
Resolvemos ir até o próximo templo e testar a vista que teremos no pôr do sol…
DICA: Um dos melhores pontos pra vc ver o sol se despedindo ao final do dia é, sem dúvida, o Shwesandaw (ou o Sunset Temple). Pega essa vista…
Quando eu digo que vc pode esperar de tudo pelas estradas…estrada de terra tem aos montes:
E, mesmo de cima da minha bike, pedalando (e de olho nas cobras…rs), consegui registrar (mais ou menos) o transporte público deles abarrotado de locais…que demais!
E, no meio do caminho, tinha mais um templo, o Thatbyinnyu: construído em meados do século XII, durante o reinado do Rei Alaungsithu, sendo um dos mais altos, com 61 metros de altura. O templo tem a forma de uma cruz, mas não é simétrico.
Pera…vcs acharam que a gente já estava vendo coisas “antigas”?! Nãaaaaao, gente, agora que iríamos adentrar a verdadeira “Old Bagan”, a antiga cidade MEEEEESMO! Dá pra acreditar?
Golden Palace: fica situado perto do Portão de Tharabar, que é a entrada principal da cidade velha de Bagan. De acordo com as descobertas e evidências da escavação, a reconstrução do Palácio Dourado de Bagan foi iniciada em agosto de 2003 e concluída em novembro de 2007, sob a supervisão e orientação do Ministério da Cultura. O Palácio Dourado de Bagan foi inaugurado em 2 de janeiro de 2008. Existem oito edifícios na área do palácio:
Aproveitando o ensejo, pra mostrar que nem só de templos vive Bagan, vc pode visitar o Lacquerware College & Lacquerware Museum. Belos exemplos de uma grande variedade de artefatos de laca são exibidos no museu e muitos deles são protegidos por vidro. Algumas peças são centenárias, outras de períodos pré-coloniais. Alguns artefatos foram usados pela realeza, embora a maior parte da laca aqui tenha sido usada para fins religiosos. E muitos deles foram usados como tigelas de esmolas.
Aproveitamos que estávamos perto e fomos conferir a “praia de rio” daqui de Bagan, onde fica o Old Bagan Pier:
Foi nessa hora que um simpático menininho se aproximou da gente perguntando se poderia mostrar sua arte, que ele vende para os turistas. Gente, eram uns desenhos mto fofos, cheios de símbolos e cores…compramos com certeza!
O calor estava puxado, ainda mais depois de pedalar tanto, então sondamos no Google Maps pra buscar algum restaurante “salva-vidas” na área…e eis que nos deparamos com o restaurante River View, dentro do Aye Yar River View Resort! Genteeeeee! Um oásis no meio da poeira! Vale mto a pena!
E a força de vontade de sair de lá pra seguir pedalando no sol? Hehehehe (Tiago tava “chateado”….rs)!
Resolvemos pedalar muuuuito mais e sondar a “nova” Bagan, ou a cidade atual de Bagan, propriamente dita (onde ficam os hotéis mais arrumadinhos, os resorts mais chiques…em contraposição à zona mochileira que estávamos hospedados):
Não tinha muita coisa pra se ver no meio da tarde, e achamos bem silencioso, bem “residencial”…deve ser uma boa pedida se vc quer algo mais calmo.
Eu já tinha adiantado essa dica, né? Mas foi pra cá que disparamos quando o cansaço bateu e queríamos garantir um ótimo lugar pra babar no famoso pôr do sol de Bagan: a Shwesandaw Pagoda!
É templo a perder de vista….e a pessoa com medo de “beiradas”, fica como?
Garantimos nosso lugarzinho:
DICA MASTER: se possível, chegue um pouco antes pra garantir um “spot”…só acho que não precisa ser neurótico com isso como eu geralmente sou….em qualquer situação da vida! Tiago me ama! kkkkkkk
Mas ó….valeu a pena, viu?
Como eu já tinha adiantado quando mencionai a zona mochileira de Nyaung U, a noite daqui está muito bem representada pelos seus inúmeros barzinhos, viu? Tem pra todos os gostos….e a cerveja é farta e gelada! 😉
A gente podia pegar um linha de ônibus mais “oficial/tradicional” pra ir até Bagan, mas, pelo que sondei na época, os horários não seriam legais pra gente aproveitar o máximo que desse da estadia em Bagan…então descobri um serviço de vans que pega os turistas nos hotéis e vão rumo a Mandalay.
A “OK bus” é uma dessas vans, e ela passa pegando pessoas nos hoteis, tem ar condicionado bom (mto importante), e eles até respeitaram os assentos que marcaram pra gente nos tickets! Achei até confortável pra uma van…
ATENÇÃO: Nós fomos os últimos a serem pegos no hotel e, apesar da partida ser às 8 hrs da manhã, nos pegaram apenas às 8:50, mas eu já tinha sido avisada que era normal esse atraso…
Rola uma parada na estrada por volta das 10hrs (em Myingyan), onde tem banheiro e umas guloseimas locais pra comprar (compramos uma cocada delicinha de uma mocinha simpática).
De lá, seguimos viagem pelo interior de Myanmar…
A van fez outra parada às 11:15, onde nos deram 20 minutos num lugar péssimo (nem quisemos descer da van….rs):
Por fim, enquanto esperávamos que eles nos deixassem na frente da rodoviária em Mandalay, eles nos deixaram em nossos respectivos hoteis! De todos! Eles foram perguntando pra todo mundo os nomes dos hotéis e foram deixando todos pelo caminho… Muito legal, né?
Então, espero vcs no próximo post em Mandalay (vejam um spoiler na foto abaixo)! 😉