E bota mais um lugar inusitado pra nossa conta! Quando que eu pensei que eu conheceria a cidade de Mandalay???
Não bastasse estarmos conhecendo um país que nunca imaginamos que visitaríamos nessa vida, estávamos partindo pra terceira cidade aqui! E mais: essa cidade foi a capital do último reino independente birmanês, entre os anos de 1860 e 1885! Famosa por seu palácio enorme, por seu pôr do sol de tirar o fôlego (figurativa e literalmente) e pelo maior livro do mundo, era hora que explorarmos Mandalay, em Myanmar! Quem vem comigo?
Ficha Técnica de Mandalay:
Quando fomos pra lá: Janeiro
Temperatura média na época: 29 a 32 graus durante o dia e de 25 a 27 graus à noite
Quantos dias passamos lá: 1 dia e 1 noite
O que você vai encontrar nesse post (se preferir, pode clicar nos assuntos pra ir mais rapidinho…rs):
Visto para Myanmar e moeda local
Ida para Mandalay
Costumes e Curiosidades
Acomodação em Mandalay
Mandalay Palace
Kuthodaw Paya: o maior livro do mundo
Mandalay Hill
Ida pro aeroporto de Mandalay
Visto para Myanmar e moeda local
Atenção, atenção: é MANDATÓRIO pedir o visto antes de chegar a Myanmar (1 mês antes, pra garantir), pra daí ter em mãos uma “invitation letter” pra apresentar na chegada a um dos aeroportos… aí sim vc vai conseguir o “Visa On Arrival” (visto na chegada)! Vc precisa fazer upload de uma foto (tamanho 4,8cm x 3,8cm) tirada nos últimos 3 meses. Veja sempre as atualizações de exigências no site oficial do governo.
A taxa que vc vai pagar é de U$ 50 (confirme aqui). Nós recebemos em até 3 dias úteis depois de termos aplicado, e era válido pra entrar no país dentro dos próximos 90 dias (pra entrada única e estadia de 28 dias). O procedimento é simples, basta preencher os dados de data e local de entrada (aeroporto de chegada), hospedagem (recomendam os hotéis registrados, e vc precisa fazer upload da reserva), fazer o upload daquela foto colorida e pagar a taxa (aceita quase todos os cartões).
Daí vc imprime e leva com mais um foto original (daquele tamanho mesmo) pra receber o visto original lá na hora (q será algo parecido com esse carimbo aí embaixo):
Em relação à moeda deles, eles usam o Kyat (símbolo MMK), e ele vale em torno de 0,00048 dólares nesse momento… Ou seja, com 1 dólar você compra 2098 Kyats!
ATENÇÃO: eles só aceitam nota perfeita! De verdade! Nadica de nada na nota! E não aceitam nenhuma nota que comece a numeração com as letras “CB”.
ATENÇÃO 2: eles querem arredondar 2000 kyats = 1 dolar, por isso compensa trocar dindin pra ter um pouco de moeda deles na mão… Na hora de fazer o câmbio, fique esperta…há cotações diferentes: notas maiores valem mais (U$ 100 e 50), enquanto notas menores tem uma cotação pior!
DICA: de qualquer forma, notamos que a maioria dos locais turísticos prefere até receber em dólar, então compensa sempre ter trocados da moeda americana na bolsa…
OBS: Caixas eletrônicos (ATMs) não são tão frequentes, então se prepare pra ter dindin pra estadia toda (um pouco em dólar, um pouco em kyat)!
Eu falei mais sobre isso no post de Bagan, então clica aqui se você quiser saber todos os detalhes da nossa vinda pra cá!
Aí vc vai entender esse foto:
A antiga capital de Myanmar (ou da Birmânia), é a maior cidade do país. Em português, seu nome é Rangum, e era uma pequena vila de pescadores chamada Dagon situada no entorno de uma pagoda que era o objetivo de muitas peregrinações…e hoje segue como principal atração daqui. Ocupada pelos britânicos entre 1824-1826 e entre 1852-1948, era conhecida como “A cidade jardim do Oriente”. Era comparável a Londres em termos de serviços públicos e infraestrutura (tô chocadaaaa) no início do século XX…
Assim que conquistou a sua independência, em 1948, muitos nomes de ruas e parques que remetiam aos colonizadores foram alterados para nomes mais nacionalistas de Myanmar…e em 1989 o nome da cidade foi mudado para “Yangon”!
Além dessa aula de história, seguem algumas dicas dos principais costumes, curiosidade e, principalmente, daquelas gafes que não podemos cometer por lá:
1) Tirar sapatos pra entrar nos templos: sempre, sempre, sempreeeee! Vc deve ficar descalços nos templos, com ombros e joelhos cobertos!
2) Não tocar a cabeça de ninguém: é falta grave!
3) Nunca apontar a ponta dos pés pras estátuas dos Budas: por isso eles se sentam sobre as pernas, com os pés apontando pra trás qdo estão em frente às estátuas!
4) Alguns monges não falam com mulheres: portanto, não custa evitar…e o cumprimento é com as mãos juntas à frente do peito e um leve curvar do corpo! A maioria dos monges é composta de crianças e, invariavelmente, estão pedindo dinheiro… Ahn! Tem monges mulheres aqui!
Agora algumas curiosidades:
1) Myanmar adota um fuso “quebrado” de +6h30 em relação ao Brasil
2) A semana deles tem 8 dias, já que a quarta-feira é considerada 2 dias (como assim?): pela manhã é Bohdahu e pela tarde é Yahu…
3) O calendário birmanês e o budista: O calendário deles tem 12 meses de 28 dias (eles devem estar no ano 1390 agora…), mas o calendário budista tb é adotado aqui, e nesse eles estariam em 2148! Aparentemente, não há problemas com datas e reservas por conta disso…
4) Cuidado com cocôs de morcegos! What?: sim, tem mto cocô de morcegos pelo chão, principalmente perto dos templos…cuidado pra não pisar! rs
5) Chinlone: o esporte local: Parece um futvolei misturado com dança…rs
BÔNUS: Vcs viram nessas fotos que coloquei aqui que a aparência deles também chama a nossa atenção, né? Eles usam MUITO aquele tipo de argila nas bochechas o tempo todo…é um tipo de protetor solar/maquiagem deles… E, infelizmente, vc tb vai ver mta gente com os dentes assim avermelhados pelas ruas, principalmente homens… Trata-se de uma erva comum por lá que “alivia dores”, mas alguns locais nos explicaram que é um pouco alucinógeno e altamente viciante, o que faz com que a população mais pobre use muito para “distrai-los” da fome…
Ficamos hospedados no Hotel A1 que, além de super bem localizado, era uma gracinha e todo moderno (comparado aos padrões que tínhamos como referência para essa msm faixa de preço)!
A rua do hotel era super movimentada, bem no coração da parte nova de Mandalay e muito próxima das principais atrações daqui!
Talvez a segunda atração mais procurada daqui (perdendo, apenas, pro “maior livro do mundo” que eu vou mostrar já já), o palácio de Mandalay é simplesmente enorme! Só pra dar a volta nele, pela parte externa, vc tem q se preparar pros 2 quilômetros DE CADA LADO desse quadrado perfeito onde ele se localiza! E detalhe: quadrado muito bem cercado por um fosso tão grande que chega a parecer um lago!
Depois de andar tanto, vc entende pq dizem que o café na frente do portão de turistas é sua salvação….kkkkk! Mas ali perto tb encontramos um ótimo restaurante/bar/pub que estava aberto (um dos poucos): e esse lugar foi SIM a nossa salvação!
CURIOSIDADE: Em geral, por toda a Ásia, eles diferem o catchup tradicional que conhecemos (chamam de “american catchup”) e o “tomato sauce” deles, ou molho de tomate.
DICA: Minha massa estava perfeita, o frango ao curry do Tiago também….só que estava ABSURDAMENTE apimentado, condimentado, temperado. Algo surreal! E, por conta da fome, ele acabou comendo tudo mesmo assim, mesmo não sendo acostumado…resultado: umas 2 horinhas depois, ele começou a passar mal (vômitos e diarreias) por horas sem fim como nunca vi! Tiago pode comer de tudo que nunca passa mal, gente! Então, sim, isso assustou a gente…
As fotos estão escuras pq deixamos pra visitar esse lugar depois do pôr do sol em Mandalay Hill, algo que não podíamos abrir mão, mas essa é, talvez, a principal atração daqui!
A Kuthodaw Paya ou “pagoda de mérito real” foi construída pelo rei Mindon Min ao mesmo tempo em que o Palácio Real, aqui do lado, foi construído. A construção começou logo após a fundação de Mandalay em 1857. O rei construiu Kuthodaw para deixar uma grande obra de mérito para as gerações futuras.
Kuthodaw compreende uma pagoda dourada, centenas de santuários que abrigam lajes de mármore com inscrições e vários pavilhões. É chamada de “o maior livro do mundo” em homenagem às 729 lajes de mármore inscritas com ensinamentos budistas. Aqui do ladinho tem a pagoda Sandamuni, que também apresenta um grande zedi e centenas de lajes de mármore com inscrições, que estão contidas em uma área menor e mais compacta.
Mas dá uma olhadinha em como é isso aqui de longe (e de dia):
Eu sei, eu sei….de dia parece mais legal…mas, acredite em mim, isso aqui fica um desbunde de tão lindo à noite (fora a companhia do nosso monge favorito, o Andy! Vcs vão “conhecer” ele daqui a pouquinho…)!
Ali na área do maior livro do mundo, e aos pés da Mandalay Hill, tem muitos outros templos que vc pode visitar… Na nossa caminhada até a entrada sul para a montanha (onde iríamos encarar os infinitos degraus até o topo), fomos passando na frente de vários…
Aí está ela, a entrada sul de Mandalay Hill (essa entrada branca imponente à direita na foto abaixo é a entrada de carros):
E essa entrada aí embaixo é de pedestres:
Hora de encarar degraus como vc nunca fez na vida! Fique tranquilo que podemos ir parando pelo caminho, pq há mto comércio e vários locais pra orações! A meta era chegar lá no topo até o pôr do sol, o maior objetivo de todos aqui!
Então…são APENAS 999 degraus até o topo…e te digo que cansa pakaraleo pra chegar até lá!
E foi durante essa subida que conhecemos o Andy, esse monge fofo e suuuuper simpático que se aproximou de nós perguntando se podia praticar o inglês dele…e não desgrudou mais! kkkkk
CURIOSIDADE: Andy é o nome “ocidental” que ele escolheu no seu “batizado como monge”, já que seu nome verdadeiro é bem típico da língua dele…e seria impronunciável para propiciar o intercâmbio cultural que esses meninos e meninas buscam diariamente! Nós até ajudamos um menininho, amigo do Andy, a escolher o nome Michael (ele tinha muita cara de Michael….e eles preferem nomes americanos…)! 😉
O lugar fica abarrotado de gente na hora do pôr do sol, fica difícil de achar um ângulo decente pras fotos…mas no final dá tudo certo! kkkkk
Foto “by Andy”:
DICA: eles amam qualquer contato com coisas mais “moderninhas”, como câmeras fotográficas, celulares, etc….então, quando notamos que ele queria “participar” mais do nosso passeio, a gente “pedia” pra ele tirar nossa foto toda hora e ele vibrava! Mto fofo e gente boa, galera!
Nós e nosso amigo Andy!
A volta é muito mais tranquila, já que é “ladeira” abaixo, né…rs
O Andy nos levou pra conhecer aqueles templos ali nos pés de Mandalay Hill, sabe? Que tínhamos passado batido na vinda, por medo de perder o pôr do sol lá em cima:
E a alegria dele quando deixei a câmera com ele e falei pra ele tirar quantas fotos quisesse?! Só não vou postar aqui pq não saiu quase nenhuma boa….kkkkk….mas nessa aí ele até que arrasou:
Depois de nos despedirmos do Andy (ele ficou muito tristinho, coitado….e nós também), tentamos buscar algo pra fazer à noite por aqui…era uma tentativa de provar que o meu conhecimento prévio dessa cidade estava errado. Mandalay é famosa por não ter “nightlife”… Olha, realmente não vimos bares e restaurantes, mas tinha uma garotada “jovem” causando nas ruas, bebendo, gritando e ouvindo música alta que chegava a assustar (por isso nem tiramos fotos)!
O jeito foi parar naquele mesmo restaurante do almoço pra tomar uma cervejinha antes de voltar pro hotel (e do Tiago começar a passar mal….pq nessa hora ele já estava começando a ter FEBRE)!
Depois de uma noite de sofrimento pro pobre do Tiago (acho que foi a única vez na vida que eu o vi assim….e já são 14 anos juntos….kkkk), era chegada a hora de irmos pro aeroporto de Mandalay e partir pro nosso próximo destino: a famosa Phuket, na Tailândia!
O nosso hotel nos arranjou táxi pro aero: saiu por 10 dólares ou 12000 kyats, e levou cerca de 45 min (sem trânsito, pq saímos bem cedo)!
Tchau, Mandalay! Tchau, Myanmar! Que aventura!
PS: Achamos um restaurante no aeroporto pra tomar um cafézinho antes de embarcar que tinha doces MARAVILHOSOS!!! 😉