A cidade mais antiga da França!
Seja bem vindo à cidade mais antiga da França…apenas isso! Local de importantes acontecimentos da história mundial, Marselha é um museu a céu aberto, combinando a energia vibrante de uma grande cidade e o charme bucólico de um vilarejo de pescadores. Fundada no ano 600 a.C. (sim, antes de Cristo) por gregos explorando essa área do Mediterrâneo, depois ela pertenceu ao Império Romano, quando se consolidou como um porto comercial (até os dias de hoje)! Ao longo da história foi disputada, saqueada e a´te tomada pela peste… já foi parte do Reino da Sicília até que, em 1481, foi incorporada ao Reino da França (o que não quer dizer que não houve disputas nos muitos anos seguintes….hehehe)! Sem dúvida nenhuma, um lugar pra colocar na sua lista de destinos a conhecer! Vem comigo!
Ficha Técnica de Marselha:
Quando fomos pra lá: Novembro
Temperatura média na época: 8 a 12 graus durante o dia e de 2 a 7 graus à noite
Quantos dias passamos lá: 2 noites e 1,5 dias
O que você vai encontrar nesse post (se preferir, pode clicar nos assuntos pra ir mais rapidinho…rs):
Visto para a França e moeda local
Ida pra Marselha
Carro e estradas na França
Acomodação em Marselha
Transporte público em Marselha
Vieux Port: o porto antigo de Marselha
Le Panier: o bairro tradicional de Marselha
Catedral de Marselha
Centro antigo de Marselha: o que mais ver e fazer por aqui
Chateau d’If: o castelo-ilha
Feirinha de Natal em Marselha
Basilique Notre Dame de la Garde
Vallon des Auffes: o lindo vilarejo de pescadores
Les Calanques: o parque natural incrível daqui!
Visto para a França e moeda local
Eu sei que a França é um destino mais “popular” (ou comum) entre brasileiros, então você já deve saber que NÃO, nós não precisamos de visto pra entrar em território francês pra estadias de até 90 dias. Isso é válido para a França “metropolitana” que inclui, além do país “titular”, as regiões de São Martinho, São Bartolomeu, São Pedro-e-Miquelon, Polinésia Francesa, Guadalupe, Martinica e Ilha da Reunião.
Outra coisa que brasileiro já está careca (e pobre) de saber, é que a moeda usada na França é o EURO…então prepare o bolso (porque, além de ser sempre valorizado em relação ao real, as coisas lá são REALmente caras)! kkkkk
Nós estávamos fazendo uma road trip com nossa (primeira) pituca (de apenas 1 aninho na época), partindo de Barcelona e passando por Andorra (pelo meio da cordilheira dos Pirineus) antes de adentrar o território francês.
Depois de uma primeira parada em Béziers, era hora de rumar pra Marselha e conhecer essa cidade histórica! Seria pouco mais de 3 horas de viagem, percorrendo um trajeto de cerca de 230 km (evitando todos os pedágios, veja o próximo tópico sobre as estradas francesas)…até que chegamos a Marseille no cair do dia!
PNEUS DE NEVE:
Eu falei sobre esse ponto no post de Andorra (mais especificamente nesse tópico aqui), mas é sempre bom ter em mente que, quando se trata de dirigir em locais que chega a nevar, vc precisa estar atento à obrigatoriedade do uso de pneus de neve durante o inverno…se informe!
ROTA E PEDÁGIOS:
Eu uso o Google Maps em qualquer lugar desse mundo (que dirá na Europa) pra traçar meus roteiros, e ele nunca me deixou na mão, inclusive no quesito “mostrar onde tem pedágio e onde não tem”. Basta você traçar sua rota nele e adicionar a opção “Evitar pedágios”. Pronto!
Esse mapinha aqui mostra como a gente traçou a rota que faríamos de Béziers até Marselha (sem pedágio nenhum) passando por uma região que queríamos conhecer, justamente essa rota em destaque na foto abaixo. Mas veja que tinha uma rota alternativa, ainda que com duração similar e também sem pedágios!
Ok, vamos lá! Primeiro de tudo, eu sempre me informo sobre as rotas que estamos fazendo na França nesse site aqui, e também uso esse site europeu sobre pedágios em todo o continente (que também me diz o preço atual dos combustíveis em cada país…perfeito)! Tudo isso pra corroborar (ou rechaçar) a rota traçada pelo tio Google…hehehe)…
A França tem um grande e abrangente sistema de pedágio nas suas principais rodovias (geralmente indicadas pela inicial “A”). O pagamento das taxas é feito ao passar pelos guichês, mas também é comum ver túneis e pontes que cobram para serem utilizados (tb com guichês na entrada). Além dos métodos de pagamento clássicos como dinheiro, cartão de crédito ou unidade eletrônica, eles também têm um sistema “sem parar”, assim como nós…mas não é muito usado por turistas.
Pra evitar esses pedágios (que são bem salgadinhos, por sinal), basta concentrar seu trajeto em estradas começando, em geral, pelas letras “N” e “D”. Elas são excelentes também, muitas vezes tão boas quanto as rodovias pagas, e praticamente ficam paralelas às principais! A diferença fica por conta de serem menores em determinados locais, ou terem menos faixas…mas só!
Pra dar uma noção pra vcs, o valor estimado que pagaríamos pra pedágio de Béziers pra Marselha era de EUR 15,80…e pagamos ZERO. Trace a rota no Autoroutes.fr pra avaliar sempre o custo benefício no seu caso.
ESTACIONAMENTO:
Em termos de estacionamento, pra fazer o planejamento da viagem (e, portanto, estimar o quanto gastaríamos “tim-tim por tim-tim”), eu consultei o preço mais alto que poderíamos pagar aqui no sul da França e o adotei como padrão. Sim, em certos lugares esse valor seria menor, mas dificilmente seria maior (como não foi), então nosso orçamento daria conta de tudo! 😉
Pra estacionar na rua no centro de Nice (lugar mais caro), de segunda a domingo, das 09:00 h às 20:00 h: estadia máxima é de 2 horas e a taxa de estacionamento girava em torno de € 1,30/hora. Já pra estacionar em locais privados (estacionamentos pagos, edifícios garagem, etc): estadia ilimitada a taxas de € 2,00-4,00/hora, sendo que vc paga um máximo diário entre € 24,00-30,00. Tudo isso eu consultei nesse outro site queridinho meu aqui!
Aliás, fica a DICA:
Linhas brancas: estacionamento pago.
Linhas amarelas: apenas veículos comerciais e oficiais (ainda que seja permitido deixar ou pegar passageiros nesses locais)
Linhas azuis: reservado pra quem tem o adesivo que permita parar ali.
Na chegada a Marselha, ainda que fosse um sábado final de tarde, o trânsito era algo irritante quanto mais nos aproximávamos do centro da cidade (onde iríamos no hospedar). Nosso hotel, o Ibis Budget Marseille Timone, ficava em uma grande avenida na meiuca da cidade, então pensem do stress que foi pra manter uma bebê dentro do carro até finalmente chegarmos…afffff! Acho que essa foi a cereja do bolo pra gente não curtir o hotel. Sim, não recomendo (e olha que são poucos lugares que já nos hospedamos no mundo que não recomendo), mas esse é um deles.
O quarto era “normal”, mas não era tão limpo, parecia velho, com péssima manutenção, as paredes pareciam papel de tão finas (e, portanto, barulhento)…e recepção não ajudava, com funcionários grossos e pouco preocupados com os clientes. A localização não era ruim, tinha coisas ao redor….transporte público, etc…mas sei lá. Depois de todos os outros fatores: odiamos. Até hoje citamos a estadia nele como uma dar nossas piores (e olha que já ficamos em cada moquifo…minha gente….kkkkk)!
ATENÇÃO: A cidade cobra um imposto de EUR 0.99 por pessoa por noite (que vc paga no momento do check-in).
Transporte público em Marselha
Ok, já deu pra entender que o hotel de Marselha foi uma ingrata surpresa, né? Mas ele tinha suas (mínimas) vantagens, como ser localizado a poucos passos de uma estação de tram (bonde) e poucos metros de uma estação de metrô. Ou seja, não precisaríamos passar mais sufoco no trânsito de Marselha: viva o transporte público!
A estação que mais nos atendeu foi a Jean Martin, na esquina do hotel! Aqui passa a linha T1 NOAILLES-LES CAILLOLS (orange). Na estação La Timone vc pode pegar o metrô (que também usamos, ainda que menos). Vc pode consultar o site da RTM pra saber os valores atuais dos tickets. Na época, adultos pagavam:
1 trip Ticket (solo): EUR 1,70
2 trips card: EUR 3,40
10 trips card: EUR 15
Pass 24 hr/72 hrs: EUR 5,20 e EUR 10,80
Nossa mochileirinha esperando seu tram calmamente em Marselha:
E aproveitando o percurso:
Vieux Port: o porto antigo de Marselha
Talvez o maior cartão postal da cidade, o Porto Velho de Marselha (Le Vieux Port de Marseille) é, talvez, reconhecido no mundo todo! Com seu formato de U característico, e sempre lotado de luxuosos iates e outras embarcações, é impossível dizer que veio a Marselha sem ter pisado (ou vislumbrado isso) aqui!
O que não falta por aqui são hotéis elegantes, cafés charmosos à beira-mar e restaurantes de frutos do mar servindo tainha e lagosta do mercado de peixe do cais. Outra marca registrada daqui, o centenário Fort Saint-Jean protege o porto e deixa esse lugar ainda mais imponente…
Outra perspectiva de como o forte se destaca quando vc se aproxima do porto:
Coladinho ao centenário forte, em um contraste arquitetônico difícil de não se notar, está o MuCEM (aqui): o museu das civilizações da Europa e do Mediterrâneo. Ele foca em expor todas as manifestações multidisciplinares de antropologia, História, Arqueologia e Arte se encontrando de forma única pra apresentar um olhar cultural, social, político e científico sobre a diversidade de civilizações que construíram o mundo mediterrâneo da Pré-História aos nossos dias.
Enquanto isso, nossa mochileirinha dorme (e se protege da garoa insistente nesse dia cinza e frio)…
CURIOSIDADE: Na Idade Média, as terras do outro lado do porto eram usadas para cultivar “canabis” para a fabricação local de cordas para marinheiros, o que explica a origem do nome da principal via de Marselha, a Canebière (a avenida que descemos e andamos até vislumbrar o porto velho):
Consegue ver a imponente Basilique Notre Dame de la Garde lá no alto? Por aqui pulsa toda a vida de Marselha, toda a história: antiga e contemporânea!
Le Panier: o bairro tradicional de Marselha
Lá fomos nós em busca do tradicional e pitoresco bairro Le Panier…
A região ao norte do Porto Velho é a parte mais antiga do assentamento original da colônia grega chamada “Massalia” (isso em 600 a.C.)! E as ruelinhas estreitas que vc encontra lá tratam de te lembrar justamente disso: que se trata da parte mais antiga da cidade! Le Panier é a única parte preservada dessa época!
No século XIX, o bairro se tornou a porta de entrada das populações imigrantes (italianos, corsos e norte-africanos), mas, nos últimos anos se tornou um destino bastante turístico, mto por conta de reformas e implantação de espaços culturais! Aqui vc pode visitar “La Vieille Charité”, um antigo abrigo de pobres da cidade, hj abriga um museu e centro cultural:
No mais: se perca em Le Panier!
La Major, como é conhecida a Catedral de Marselha, fica no local onde, desde muuuuuito tempo (desde o século V, pra ser mais precisa), várias igrejas se sucederam! A atual catedral (a “nova” Major, construída entre 1852 e 1893), fica a oeste das ruínas da antiga catedral românica (a “velha” Major”, construída no século XII)… Como se isso já não fosse “suficiente”, as obras para a implementação de uma nova catedral revelaram a existência de uma terceira igreja: paleocristã e do maior batistério das Gálias!
Sabe quem não se importou com nada disso? Nossa mochileirinha dorminhoca (mesmo debaixo de chuva)! kkkkkk
Vista do Porto Antigo aqui da Catedral:
E a cidade antiga de Marselha ao nosso alcance:
Centro antigo de Marselha: o que mais ver e fazer por aqui
Eu já citei que a Canebière, a principal avenida de de Marselha, recebeu esse nome na Idade Média por conta das plantações de canabis, né? Mas, muito além desse fato curioso, essa avenida merece sua visita pela quantidade de vida que circula nela atualmente! Sejam prédios históricos (como o Teatro de Marselha), um carrossel numa simpática pracinha, ou um café lotado de locais, vc vai curtir a Canebiere com certeza!
E daqui vc pode (e deve) sair explorando a cidade sem medo de ser feliz!
Visitinha obrigatória na França: Galeries Lafayette (ainda mais legal na época do Natal, principalmente com crianças)!
Vc tb pode dar uma passadinha na Gare Saint-Charles, a estação de trem central de Marselha! Nenhuma novidade aqui: mais uma linda estação!!!
Ali pertinho vc encontra a Porte d’Aix, um portão “tipo” Arco do Triunfo de Paris, sabe? E bem pertinho dele está a Rue de la Republique, um charme de rua, lotada de comércio, lojas chiques…bem francesa!
O “Memorial De La Marseillaise” é o local onde o hino francês foi entoado pela primeira vez (se vc não sabia disso antes, saiba que o hino icônico foi criado AQUI EM MARSELHA e, inclusive, se chama “La Marselhesa”)! Apenas!
Agora, pra viver um pouco da atmosfera local, visite o Marché de Noailles, um mercado super tradicional aqui! Prepar-se pra uma bagunça das boas, mas vale a passadinha!
Se vc avistar um castelo com jeitão de fortaleza no meio do Mediterrâneo, trata-se do Château d’If, que já abrigou muita gente famosa (incluindo até um rinoceronte que foi presente de Portugal pra França)! Foi castelo e virou prisão, onde ficaram desde os personagens de “O Conde de Monte Cristo”, até a lenda do Homem da Máscara de Ferro! Os barcos pra lá saem constantemente do Porto Antigo!
Chegamos em Marselha apenas alguns dias depois da inauguração das feirinhas de Natal (que, geralmente, começam por volta do dia 20 de novembro na Europa toda)…então, já sabem, né? Foi overdose de feirinha SIM! Amamos! A maior delas ficava bem no coração do Vieux Port, impossível passar despercebida!
Basilique Notre Dame de la Garde
Deixamos pra visitar um dos cartões postais de Marselha no dia de ir embora, porque só daí é que iríamos arriscar tirar o carro da garagem do hotel e enfrentar o trânsito doido daqui…rs! A Basilique Notre Dame de la Garde é aquela icônica igreja que fica no alto, que vc consegue ver de toda a cidade praticamente! Pra ir até lá, vc pode ir de táxi/uber, claro, mas também de busão ou a pé! Veja nas fotos abaixo a ruazinha ladeira acima e o ponto de ônibus (linha 60) que sobre essa colina:
Nós, por pura ignorância (falta de conhecimento mesmo), estacionamos em uma rua principal de acesso à essa ladeira, assim que avistamos uma vaga (coisa rara aqui). Ficamos felizes achando que era um baita negócio da China! Até que….chegamos lá no topo, depois de muito subir, subir, subir….empurrar, empurrar e empurrar o carrinho da pequena…e ver que tem estacionamento lá em cima! kkkkkkk…coisas que acontecem!
O que vale é a vista daqui…de verdade! Vc vê a cidade todinha!
A entrada na catedral é grátis…e vale muito a pena! É lindíssima!
A vista agrada todos os públicos…nossa mochileirinha tá aí pra provar isso:
Na volta, vimos a “trilha” (o caminho) pra pedestres acessarem o alto da colina, outra opção pra vcs tb…
Vallon des Auffes: o lindo vilarejo de pescadores
Na sequência da visita a Basílica, já que já estávamos de saída de Marselha, também aproveitamos (tudo planejado) pra passar no Vallon des Aufes, um vilarejinho de pescadores digno de cartão postal a 1,5 km do porto antigo! Coisa mais linda, gente!!! Alguns metros antes dele vc encontra esse monumento:
Gente…genteeeeeee! Nossa pituca estava com soninho, era justamente por isso que iríamos embalar na viagem de carro até a próxima cidade….mas quisemos descer com ela pra ela ver o mar…que ela tanto ama. Mas a pobre criatura dormiu enquanto pedíamos pra um turista tirar nossa foto…e nem notamos! Ele que nos avisou: “Olha, eu acho que a bebezinha dormiu…”! hahahaha
E o porto de Vallon des Aufes é um desbunde….babem sem moderação!
Les Calanques: o parque natural incrível daqui!
Bom, era hora de deixar Marselha pra trás e seguir rumo a Nice (com direito a curtir uma parte do dia em Cassis)…mas, numa próxima ida à essa região, nós iremos COM CERTEZA conhecer e explorar o lindo e incrível parque natural Les Calanques (que fica aqui)!
É um parque nacional gigante, tem uns clifes lindíssimos e muitas opções de atividades pra vc fazer por aqui (trilhas, mergulhos, passeios de barcos)!
Convidativo, né não?
Bom, nos vemos na nossa próxima parada, a linda e charmosa cidadezinha de Cassis! Au revoir, Marseille! C’est très belle! 😉