Ao invés de Roma, foi aqui que os papas moraram um época!
Habitada desde o tempo dos Celtas, Avignon (ou Avinhão) é famosa por se ter convertido na residência dos Papas em 1309, quando se encontrava sob domínio dos reis da Sicília (da casa de Anjou). Depois que o Papa Clemente VI comprou a cidade e deu de “presente” pra rainha Joana I da Sicília em 1348, a cidade permaneceu como propriedade papal até ser incorporada ao resto da França em 1791, durante a Revolução Francesa. Cercada por muralhas incríveis e super conservadas, e perto de muitas outras atrações super bacanas, vc definitivamente não vai se arrepender de incluir Avignon na sua listinha de destinos… Quer ver?
Ficha Técnica de Avignon:
Quando fomos pra lá: Novembro
Temperatura média na época: 12 a 16 graus durante o dia
Quantos dias passamos lá: 0,5 dia
O que você vai encontrar nesse post (se preferir, pode clicar nos assuntos pra ir mais rapidinho…rs):
Visto para a França e moeda local
Ida pra Avignon
Cidade Murada de Avignon
Catedral de Avignon e o Palácio dos Papas
Ponte Saint Bénézet
Pont du Gard: um lindo aqueduto
Passadinha em Nîmes
Pernoite em Montpellier
Visto para a França e moeda local
Eu sei que a França é um destino mais “popular” (ou comum) entre brasileiros, então você já deve saber que NÃO, nós não precisamos de visto pra entrar em território francês pra estadias de até 90 dias. Isso é válido para a França “metropolitana” que inclui, além do país “titular”, as regiões de São Martinho, São Bartolomeu, São Pedro-e-Miquelon, Polinésia Francesa, Guadalupe, Martinica e Ilha da Reunião.
Outra coisa que brasileiro já está careca (e pobre) de saber, é que a moeda usada na França é o EURO…então prepare o bolso (porque, além de ser sempre valorizado em relação ao real, as coisas lá são REALmente caras)! kkkkk
Nós estávamos fazendo uma roadtrip com nossa (primeira) pituca (de apenas 1 aninho na época), partindo de Barcelona rumo ao litoral sul da França inteirinho! Sim, saímos da Espanha e cruzamos a França toda até Mônaco, parando em mtos lugares pelo caminho: como Andorra (pelo meio da cordilheira dos Pirineus, quando tiramos a foto abaixo), por Béziers, Marselha, Cassis, Nice, Èze e Villefranche-sur-mer, e Mônaco. Nesse dia, tínhamos partido de Nice e passamos a manhã em Aix-en-Provence, mas agora já partíamos pra próxima cidade no caminho de volta pra Barcelona: Avignon.
ATENÇÃO: Em relação aos pedágios nas estradas francesas (que vc pode ler todos os detalhes e dicas aqui), tínhamos, mais uma vez, a chance de escapar de qualquer pagamento como estávamos fazendo durante praticamente toda nossa roaftrip… Ao contrário do trecho entre Nice e Aix-en-Provence, onde teria sido burrice evitar pedágios (veja aqui no post de Provença), o caminho até Avignon era propício pra fazermos uma rota FREE! Com pedágio, a viagem levaria 1 hora e 20 minutos ao longo de 91 km. Sem pedágio, percorreríamos 78 km por cerca de 1 hora e 30 minutos. Ou seja: vale super a pena pra poupar os EUR 5,40 que pagaríamos na cabine em Avignon Sud. Vc pode confirmar isso e qualquer outra rota que vc quiser com uma simples consulta ao site oficial de estradas da França! 😉
Um certa mochileirinha, mesmo caindo de sono, parecia super empolgada com o novo destino….hehehehe!
Pra estacionar em Avignon, encontramos vagas com parquímetro coladinhas à muralha incríiiiiiiivel da cidade (mais especificamente, próximas ao Republic Gate). Foi super simples, já que tínhamos moedas trocadinhas pra fazer o pagamento pelo tempo que ficaríamos por lá.
Outra vantagem de termos parado nessa área é que estávamos bem próximos do Office de Tourisme d’Avignon, o centro de informações ao turista (vcs que me acompanham já sabem: tudo é friamente calculado por aqui, gente….kkkk)!
As muralhas da cidade, em bom estado de conservação, foram construídas pelos Papas assim que eles transformaram Avignon na sede oficial do papado….e, olha, que coisa linda, viu?! Estão absurdamente bem conservadas! São enormes, imponentes, deslumbrantes! Nós as vimos quando nos apromixamos da cidade, quando entramos, quando estacionamos, quando saímos….o tempo todo! E não conseguimos nos acostumar com elas…
Se nada mais der certo, garanta que vc admire as muralhas (e a Pont Saint Bénézet, na minha humilde opinião)…e pronto!
Bom, voltando à cidade murada…assim que estacionamos o carro (bem próximo ao Republic Gate, como já mencionei), encontramos um Irish Pub super simpático no nosso caminho pro centro de informações turísticas, o O’Collins’s Irish Pub, e decidimos parar pra almoçar logo de cara. Esse pub vai ficar pra sempre marcado como, além de ter uma comida maravilhosa e garantir nossas doses periódicas de Guinness, o lugar onde a Catarina aprendeu a falar “bye-bye”… Um simpático bebum nos cumprimentou, se encantou pela Nina e ficou brincando com ela…e quando se despediu disse “bye-bye”. Pronto. Nina não parou mais de falar bye-bye pra todo mundo….hehehehe!
Há muitos lugares interessantes pra conhecer na “Old Town” (ou cidade murada) de Avignon…então curta sem moderação! Vielas, ruelas, praças, prédios históricos…uau!
Claro que a praça da prefeitura é um destaque por si só…a Place de l’Horloge!
E, sim: enquanto os pais admiram a arquitetura, as lojinhas, a atmosfera de um lugar, a bebê curte as folhas caídas no chão. Sempre.
Catedral de Avignon e o Palácio dos Papas
Como eu já falei um pouquinho na introdução desse post, Avignon foi, por um período da história, sede do poder papal. Aqui, na Catedral de Avignon, foi onde sete Papas residiram entre 1309 e 1377: Clemente V, João XXII, Bento XII, Clemente VI, Inocêncio VI, Urbano V e Gregório XI. Eu não sei os reais motivos por trás da escolha deles desse lugar como residência, mas que a vista dessa praça é embasbacante, isso é…
Este período ficou conhecido como o “Papado de Avinhão”. Em 1377, o papa Gregório XI decidiu recuperar o trono de São Pedro, lá em Roma, o que acabou piorando a situação… Além de não reunificar o poder papal, provocou uma das maiores crises da história da igreja: o Grande Cisma do Ocidente, com dois ou mais papas simultaneamente em Avinhão e Roma (o que acabou apenas em 1417).
O palácio papal, Palais des Papes, é um enorme edifício gótico construído entre 1335 e 1364, que, após o retorno dos papas a Roma, passou a ser utilizado como quartel (e, atualmente, é um rico e muito visitado museu)!
Quem vê foto (de criança), não vê corre (de mãe achando um ângulo pra encaixar “paisagem + criança”)!
Descabelada (pós fotos da filha), porém, em Avignon…
E aí? Que tal essa “pracinha”?
Outro ponto imperdíiiiiiiiiiivel em Avignon é a ponte sobre o Rio Ródano, ou o que restou dela…. A ponte, famosa por uma canção infantil francesa (Sur le pont d’Avignon) foi construída entre 1171 e 1185 e já passou por sucessivas reconstruções. No entanto, depois de uma forte enchente do rio Ródano em 1660, a ponte, que tinha 22 arcos, ficou com apenas quatro (em pé até hoje)!
Adivinhem o motivo da Ninoca não estar nas fotos aqui na ponte? Siiiiiim, era hora do cochilo da tarde e, assim que a colocamos no carro, ela capotou! Hora de que? De seguir viagem até a próxima cidade…hehehe!
Valeu MUITO a pena vir conhecer Avignon!
Pont du Gard: um lindo aqueduto
Outra atração bem pertinho de Avignon (26 km de lá) que vale a pena conhecer é a Pont du Gard, esse lindo aqueduto que sempre figura entre os monumentos mais visitados pelo mundo… Trata-se de uma ponte construída em três níveis que garante a continuidade do fluxo de água entre as cidades de Uzès e Nîmes (atravessando o rio Gard, ou Gardon). Estima-se que foi construída no século I a.C. por arquitetos e engenheiros romanos que queriam criar não só uma obra técnica perfeita, mas um monumento arquitetônico “instagramável” desde o princípio! 😉
DICA: Tem muitas atividades pra fazer e aproveitar durante a visita ao aqueduto (muito além de só admirar essa belezura de longe). Vc pode parar seu carro no lado esquerdo do rio (rive gauche), onde tem 800 vagas de estacionamento e dá acesso ao centro de informações e ao museu. Veja mais informações aqui.
Antes de seguirmos pro nosso hotel pra finalizar esse dia cheio (além de Avignon, já tínhamos passado em Aix-en-Provence), resolvemos passar por dentro de Nîmes porque ela estava, literalmente, em nosso caminho…hehehe! Esse trajeto facilitava muito nosso mantra de fugir de pedágios, oferecendo diversas rotas com custo zero (e a mesma quilometragem e duração de um trajeto pago):
Nossa primeira parada foi na Cathédrale Notre-Dame-et-Saint-Castor de Nîmes, a catedral da cidade:
A cidade “antiga” no entorno é um charme:
Mas a principal atração de Nîmes é, sem dúvida alguma, a sua arena lindíssima:
Construído no tempo do imperador Augusto, por volta do ano 27 a.C., o anfiteatro já foi fortificado pelos Visigodos e rodeado por uma muralha, sendo depois usado pra abrigar o palácio-fortaleza dos viscondes de Nîmes no século VIII (pra defendê-los dos muçulmanos). Mais tarde, o anfiteatro inclusive propiciou o desenvolvimento de um pequeno bairro em seu interior, incluindo umas cem moradias e duas capelas onde moravam 700 pessoas!
A Avenue Feuchères, bem em frente à estação central de Nîmes, é outro lugar super agradável e charmoso pra curtir seu dia por aqui…
E é daqui, da Gare de Nîmes, que nos despedimos e seguimos pro nosso hotel em Montepellier, onde teremos nosso merecido descanso….rs!
Descansaríamos em um hotel em Montpellier depois desse dia agitadíssimo pela região Sul da França, que começou cedinho ao sairmos de Nice, passarmos por Aix-en-Provence, Avignon e Nîmes. O trajeto de Nîmes a Montpellier, se vc não se importar em pagar os EUR 3 de pedágio, tem cerca de 57 km e dura algo em torno de 57 minutos. No entanto, caso vc tenha uma certa flexibilidade, o caminho sem pedágio tem 68 km e leva 1 hora e 18 minutos.
Propositalmente, já que estaríamos com o pezinho na estrada mesmo nesse dia, pegamos um hotel mais simples e funcional “de beira de estrada”: o B&B Hôtel MONTPELLIER Centre Le Millénaire. Simples, limpo, organizado, silencioso…ótimo pro nosso propósito!
OBS: E com bercinho grátis que solicitamos durante a reserva, tá?! 😉
ATENÇÃO: O checkin tinha que ser feito no MÁXIMO até às 21 horas, pois, depois disso, não tem mais funcionários para te atender. Daí só no dia seguinte!
DETALHE: Se lembram do bêbado de Avignon que ensinou a Nina a falar “bye-bye”? Pois é…obrigada! Ela agora só quer saber disso! rs
E tinha café da manhã!!! Perfeito! 😉
E é com essa bebê mochileirinha faminta que eu encerro nossa saga pelo sul da França. Depois desse café da manhã reforçado, seguimos até Barcelona pra devolver o carro e encerrar essa primeira mochilada com nossa bebê bruta!
Nossa próxima parada será uma revisita a Assis, na Itália, porque promessa é dívida! Nossa filhota nasceu no dia de São Francisco de Assis…e eu prometi pra ele, durante meu trabalho de parto lá na maternidade, que eu fazia questão de voltar na cidade dele (que amamos) com minha bebê no colo um dia… Só um spoiler pra convencer vcs a esperar pelo post! 😉